segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Doença de Batten













Doença de Batten





Apesar de desconhecida de grande parte das pessoas, a doença de Batten é a doença neuro-degenerativa mais comum da infância e afecta todas as faixas etárias, de bebés a adultos. Neste momento, não é possível evitá-la. E só termina com a (precoce) morte do paciente. Com o nome científico de Neuronal Ceroid Lipofuscinosis, a doença de Batten foi pela primeira vez descrita em 1826 por um pediatra britânico. Devido a um erro metabólico dos pacientes vão-se acumulando nos neurónios lipopigmentos, originando a morte gradual das células cerebrais. Assim o sistema nervoso vai-se desligando, assistindo-se por isso à morte gradual cerebral da criança. Nunca ninguém conseguiu sobreviver a esta doença. Esta doença pode assumir quatro principais formas, que se diferenciam quer pela idade do aparecimento dos primeiros sintomas quer pela severidade desses sintomas.





Diagnóstico difícil





É uma doença de difícil diagnóstico, em parte devido à multiplicidade de sintomas que lhe estão associados. Assim, raramente é diagnosticada no seu início, sendo amiúde confundida com epilepsia, com atraso mental e até, em adultos, com esquizofrenia. Um oftalmologista pode observar alterações patológicas na retina, o que leva, por vezes, à primeira prova de diagnóstico. A doença de Batten começa frequentemente com deterioração da visão, crises epilépticas, alterações do comportamento e da personalidade, progredindo sempre com deterioração mental e física, e culminando na morte do paciente. Geralmente o diagnóstico é baseado numa biopsia à pele, no entanto recentemente com a descoberta dos genes de algumas formas desta doença é possível já o diagnóstico através duma análise genética, nas formas em que o gene foi já identificado.





O papel dos genes





Esta é uma doença hereditária. E é frequente afectar mais de um elemento no seio de uma família portadora do gene mutante/defeituoso. Uma pessoa que tenha a doença de Batten terá necessariamente 2 genes afectados (um do pai e outro da mãe). Uma pessoa que tenha só um gene afectado não desenvolverá a doença, mas será portador dela. Quando um casal em que ambos sejam portadores da doença tiver filhos, terá 25% de probabilidades de os dois pais passarem o gene defeituoso para uma criança, criança essa que virá a desenvolver a doença. Em Portugal não se sabe o número de casos que existe ou existiu. Sabe-se no entanto que decorrem muitos anos desde o inicio da doença até ao seu diagnóstico e que muitas vezes não são diagnosticadas. Nos EUA surgem cerca de 300 a 350 casos novos todos os anos, no entanto pensa-se que esta doença é originária da Europa.










Tratamento

Até ao momento não existe nenhum tratamento para esta doença. Apenas o tratamento sintomático das alterações que vão surgindo.






BIBLIOGRAFIA

http://www.prof2000.pt/users/anamarques/joao3.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Doença_de_Batten

Trabalho de Filomena Figueiredo

Doença genética - PROGERIA

Introdução
Os genes são a informação química herdada dos nossos pais no momento da concepção. Determinam a nossa constituição biológica. São eles que nos formam similares com os nossos pais e controlam o nosso crescimento e a nossa aparência. Também determinam a nossa resistência a determinadas doenças ou predisposição em relação a outras.
Mas, cada indivíduo é portador de genes defeituosos. Existem vários mecanismos pelos quais os defeitos genéticos serão transmitidos de geração em geração.
Neste trabalho falo de uma Doença Genética, a Progeria que se pensa ser uma doença autossómica, recessiva ou dominante, ou seja:

Um único gene está alterado:
a Herança autossómica dominante, em que a característica é transmitida por um progenitor e da geração anterior;
a Herança recessiva, quando ambos os progenitores não foram afectados.

Progeria ou Síndrome de Hutchinson-Gilford
É uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal. (fig.1)


A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos.
Esta doença afecta 1 entre 8 milhões de crianças. Desde a sua identificação foram relatados cerca de 100 casos.

Causas
Acredita-se que a Progeria possa ser uma doença autossómica, recessiva ou dominante. No caso de ser dominante, isso pode ocorrer devido a uma mutação genética nos gâmetas de um dos progenitores.
A etiologia não está bem estabelecida. Os casos em geral são esporádicos. Duas equipas de pesquisadores franceses e norte-americanos identificaram uma mutação no gene LMNA que codifica a proteína Lamina A capaz de controlar a estrutura do núcleo, a parte da célula que contém a maior parte dos genes e dos cromossomas; essa mutação torna o núcleo instável. No núcleo de células em crianças com Progeria, foram detectadas alterações que levam à instabilidade e morte celular precoce, impedindo a regeneração dos tecidos. Somente em 88% dos casos de Progeria foi observada essa mutação genética.
Também é possível que ocorra uma perda progressiva e acelerada das extremidades dos Telómeros que controlam o número de divisões nas células, e esse fenómeno é, em geral, evidenciado no envelhecimento progressivo patológico. No envelhecimento progressivo normal e também no patológico, o encurtamento do telómero a cada divisão celular actuaria como uma contagem e um sinal do número de divisões celulares e, indirectamente, da duração da vida.

Porque se manifesta a Progeria?
Não é uma doença necessariamente hereditária, mas esporádica, existem 3 teorias que tentam explicar: A teoria da Helicase, teoria dos Telómeros e teoria do Gene Mutante

Teoria da Helicase A Helicase, que desempenha um papel fundamental no processo de replicação do ADN, (fig. 2) tem uma anomalia, fazendo com que esta enzima não funcione normalmente.

Teoria dos Telómeros
Nas crianças com Progeria, os telómeros são mais curtos, (fig. 3) provocando o envelhecimento rápido das células.



Teoria do Gene Mutante
Esta mutação pode ocorrer tanto na formação do feto, durante as divisões celulares, como nos gâmetas dos pais
. É uma anomalia do gene LMNA no cromossoma 1 (fig.4)
. Este gene é responsável pela produção de 2 proteínas: Lâmina A e C; quando ocorre a anomalia, a Lâmina A é afectada.


Características clínicas
As principais características físicas (fig. 5), clínicas e radiológicas incluem a alopecia, perda de gordura subcutânea e osteólise entre outras citadas abaixo. A inteligência não é afectada. A morte precoce é causada por aterosclerose.

· Artrose
· Baixa estatura ou nanismo
·
Cabelo rarefeito ou ausente (generalizado)
· Clavícula ausente ou anormal
· Dificuldades na alimentação no lactente
· Envelhecimento prematuro
· Erupção tardia dos dentes
· Face estreita
·
Fenótipo emagrecido
· Hipoplasia terminal dos dedos
· Luxação do quadril
· Micrognatia/retrognatia
· Mobilidade articular diminuída
· Pele fina
· Pilosidade corporal reduzida
· Puberdade tardia/hipogonadismo
· Sobrancelhas ausentes/rarefeitas
· Unhas dos pés finas/hipoplásicas
· Unhas finas/hipoplásicas/hiperconvexas
· Choro/voz anormal
· Fontanela grande
·
Lábios finos
· Lóbulo do pavilhão auricular pequeno/hipoplásico
. Osteoporose

Diagnóstico
O diagnóstico da progeria é fundamentalmente clínico e realizado nas crianças que apresentam os sinais iniciais da doença entre o primeiro e o segundo ano de vida. Não existe actualmente nenhum exame que certifica o diagnóstico de progeria. No entanto, o sinal mais constante encontrado nestes pacientes tem sido o aumento da excreção de ácido hialurónico na urina, evento que não se pode relacionar com transtornos endócrinos nem eventos dismetabólicos. Por outro lado, embora não sejam diagnósticos, existem determinados sinais radiológicos e histopatológicos que foram descritos na progeria. Entre algumas alterações radiológicas, existem: osteoporose, escoliose. As características histopatológicas incluem alterações da pele como as áreas de pele normal que alterna com as zonas em que a epiderme apresenta um aumento de melanina da camada basal, a derme é delgada e apresenta áreas de desorganização das fibras colágenas e áreas de hialinização. No nível do tecido subcutâneo, se evidencia perda de tecido adiposo. No nível cardiovascular encontram-se placas ateromatosas, as quais estão presentes nas artérias coronárias, na aorta e nas mesentéricas.
Outros sinais são calcificações das válvulas aórtica e mitral, assim como sinais de fibroses, isquémia e enfarte do miocárdio.
Nas glândulas endócrinas detectou-se atrofia das tireóides e interrupção da espermatogénese em alguns pacientes.

Pesquisas
Cientistas descobriram uma mutação genética que poderia ser a causa do envelhecimento precoce em crianças. Segundo cientistas, o estudo pode levar à descoberta da cura para a doença e também a novas pistas sobre as consequências do envelhecimento em pessoas sadias, mas a doença ainda não tem cura.
Recentemente, atribuem o problema a um gene que controla a estrutura do núcleo celular -estrutura que comporta a maioria dos genes e cromossomas. Essa mutação, encontrada em crianças com envelhecimento precoce, activa a produção de uma proteína que desestabiliza o núcleo celular, afectando todas as células do corpo, com excepção das cerebrais.
Na disciplina de Genética do departamento de Morfologia da Universidade Federal de São Paulo foi estudado um caso de progeria em que foi observado ciclo celular mais lento, diminuição da actividade de genes ribossómicos e instabilidade genómica.

Medicamentos administrados
Para reduzir os efeitos desta doença, os médicos receitam:
· Complexos vitamínicos
· Co-enzima Q-10
· Ácidos-Gordos
· Vitamina E
· Anti-Oxidantes
· Hormona do Crescimento
· Nitroglicerina
· Aspirina
· Cálcio
· Morfina

Terapia genética
Os cientistas acreditam que a terapia genética será a solução a longo prazo desta doença.
Terapia segundo a teoria do gene mutante:
Uma das formas de tratamento possível seria inserir o gene que codifica as proteínas nos pacientes com Progeria.
Como?
Anexando o gene pretendido a um vírus, por exemplo, o da gripe, servindo este como um vector.
Terapia segundo a teoria dos telómeros:
Injectando o gene da telomerase directamente no interior da célula e dando ao paciente uma droga que estimule a produção de telomerase.


Conclusão
A partir deste trabalho pude perceber e demonstrar que a Progeria é uma doença genética extremamente rara, que acelera o envelhecimento sete vezes em relação à taxa normal, com causas ainda desconhecidas; afecta crianças cuja expectativa média de vida é de 15 anos e ainda não tem cura. Porém a esperança para que em breve isso possa acontecer reside na terapia genética.

Referências Electrónicas:
http://www.virtual.epm.br/
http://www.cienciaviva.pt/
http://www.ncc.up.pt/

Eugénia Oliveira